A Quem Interessa acabar com a Massa Crítica?

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A última edição da Massa Crítica provocou sentimentos de frustração e preocupação em muitas pessoas.

Na cabeceira do passeio houve muita discussão não-produtiva, com algumas personalidades dotadas de mais iniciativa do que sabedoria contribuindo inadvertidamente para a criação de uma atmosfera conflituosa e escolhas de trajeto muito criticadas pela maioria. Houve alguns incidentes, destaco aqui uma queda – causada por um patinador que derrubou um ciclista de certa idade – que poderia ter tido conseqüências sérias.

Não bastasse isso, durante a semana que passou, eclodiu no face book um debate em torno de uma iniciativa intitulada “Manifesto Anti-Fascista” ou algo assim (não consigo localizar o evento, talvez tenha sido deletado – o que não quer dizer que não esteja sendo gestado). Aparentemente (quero crer) nobre nas suas metas, a iniciativa é extremamente discutível no seu método. Foi marcada para a mesma hora e local da concentração da Massa, e o cartaz continha imagens que – segundo muitos comentaristas – incitam a violência. Bem, certamente que, se alguém quer se manifestar contra o neo-nazismo, e quiser fazê-lo de maneira belicosa, tem esse direito. Certamente existe muita gente, das mais variadas facções políticas, que ainda acredita na violência como método. Mas será que alguém tem o direito moral de envolver centenas de pessoas nessa cruzada potencialmente violenta? Eu acho que não.

Hoje mesmo, pra completar, leio boatos, tbém no FB, que haveria grupos “com más intenções em relação à Massa deste mês”.

E anteontem um usuário do FB – que insiste em não declarar seu nome, embora goste de entrar em discussões pessoais, inclusive de forma ofensiva – fez um “alerta” a uma possível (segundo ele/ela) ação policial repressiva contra a Massa Crítica.

Bem.

Eu estou aqui me perguntando:

A quem interessaria que a Massa Crítica se tornasse um caso de polícia, de fato?

Parem um instante para imaginar o que aconteceria – não apenas com a Massa Crítica de PoA, mas com toda a movimentação ciclo-ativista e com os próprios ciclistas enquanto indivíduos – se o Largo Zumbi viesse a se tornar o palco de uma batalha campal entre anarco-punks e skin heads, exatamente no horário da concentração da Massa Crítica. Sim, isso é possível. Os comentários incluíam frases como “se os skin vierem vão tomar pau” e “nós vamos nos apropriar da Massa”.

Pergunto de novo: a QUEM poderia interessar isso?

Quem iria gostar, adorar, se babar se essa catástrofe viesse a se tornar realidade?

Alguém já tentou criminalizar a Massa uma vez. Mesmo sem ter nenhum bom pretexto! Não conseguiu, graças a uma (muito criticada, por sinal) iniciativa de um grupo de cidadãos e cidadãs que foi lá no MP dar a cara pra bater. E conseguiu inverter as posições.

Agora imaginem comigo cenas um pouco menos dramáticas. Quedas, acidentes evitáveis, ciclistas de uma determinada tribo querendo constrangir/obrigar todos os outros a fazer certas coisas, gente brandindo latas de cerveja, gurizada do free ride (nada contra a modalidade, até gosto) fazendo manobras radicais em cima das calçadas, conflitos e bate-bocas com motoristas e motoqueiros… Alguém complete a lista de merdas, por favor, não consigo me lembrar de todas.

Insisto na pergunta:

A QUEM poderia interessar – ou interessa de fato – que esse tipo de coisa aconteça; e ao acontecer, JUSTIFIQUE, forneça o tão desejado, tão esperado pretexto para uma intervenção policial, a exemplo do que aconteceu em várias grandes cidades do mundo?

[Mas, NÃO aconteceu em tantas outras. Por quê? Porque a polícia é mais malvada em alguns lugares do que em outros? Ou porque. em alguns lugares, os participantes da Massa têm mais inteligência emocional?]

Ao contrário do que volta e meia ouço a meu respeito, eu não tenho todas as respostas e não estou nem um pouco interessado em “ter razão”. O que me interessa é participar de um processo construtivo do qual eu possa me orgulhar um pouco, depois; e se possível, me alegrar, durante.

As perguntas estão aí.

Mais uma (última):

O que vamos fazer com isso?

Sobre lobodopampa

Falar de si mesmo é contraproducente. Ah: lobodopampa e artur elias são a mesma pessoa (eu acho).
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83 respostas para A Quem Interessa acabar com a Massa Crítica?

  1. airesbecker disse:

    O que eu vou fazer?
    Vou lá pedalar…
    Só isto!!!

  2. Renato S. Pecoitz disse:

    Concordo com o comentário acima, temos que observar pra que a MC continue sendo nossa celebração de + AMOR – MOTOR.

  3. heltonbiker disse:

    Historicamente, a experiência tem mostrado que os “ânimos” são muito mais inflamados no Facebook do que em carne e osso. Não só porque a “desenvoltura” necessária para ser agressivo no Face é muito menor do que ao vivo, como também porque não necessariamente as pessoas planejam de fato fazer tudo aquilo que fantasiam no Face.
    Eu vou lá também, para PEDALAR!

  4. camiloclimbermilo disse:

    Seria legal fazer uma ação educativa por meio de um megafone humano com os integrantes antes de partir do largo, só para lembrar as boas maneiras…

  5. Leticia disse:

    Talvez seja hora de repensarmos alguns pontos.
    Acredito que essa confusão seja reflexo de um movimento onde não temos um grupo “coordenando”, tomando a frente. Eu percebo que o movimento perdeu o foco e virou algazarra para muitos participantes, Mas como criticar o cara que sai bebendo cerveja e sacaneando pedestres se não existem “regras” de comportamento?
    A Massa não acredita em trajetos pré-estabelecidos, o que facilitaria pra quem chega atrasado e evitaria algumas discussões desagradáveis no meio do caminho, como presenciamos na última massa. Falar em “mais amor” e brigar em pleno evento?
    Alguns não queriam a presença da EPTC acompanhando a Massa, mas se queremos de fato apoio e respeito no transito, acredito que a parceria com a EPTC é válida.
    Enfim, pretendo continuar pedalando com a Massa e não acredito que violência seja a solução para nada, muito menos no que diz respeito ao objetivo da Massa Crítica.
    Abraços!

  6. Pablo disse:

    Qualquer comportamento um milímetro descortês ou que crie desentendimentos já é capaz de desqualificar o movimento nas mãos de bons marqueteiros. Se houver um ciclo-ativista a falar um palavrão já cria-se headlines com “integrantes do massa crítica ofendem…”

    Existir atos de violência dentro do massa crítica é a forma mais fácil de torná-lo ilegal. Veja esse vídeo aqui:

    A polícia incita violência dentro do protesto para justificar ações truculentas e acabar com o protesto.

    Não vejo nenhum resultado positivo em ações violentas dentro do Massa Crítica!

  7. Santiago disse:

    Eu acho que para desarticular qualquer conflito eminente, como o mencionado, basta agir com espontaneidade consciente, no sentido de simplesmente fazer o que fazemos, pedalar. Digo consciente, porque nós, meia duzia de pessoas, temos uma ideia que algo assim possa acontecer e tentar mobilizar alguma ação programada pra amanhã está, obviamente, fora de questão. Sendo assim, vamos garantir que as características intrínsecas a Massa sejam executadas, como por exemplo, PEDALAR, incentivando as pessoas. Acho que isso dificultaria bastante um cenário de quebra pal. Eu, pelo menos, nunca vi uma briga se deslocando com uma razoável velocidade pela cidade, como andamos na Massa. Devemos nos valer de características intrínsecas a Massa para usar como mecanismos pacificadores, acho que esse é um jeito fácil e fluído de se evitar catástrofes como essa.

  8. Julio disse:

    Participei da MC pela primeira vez no mês passado e pude presenciar todas essas situações desagradáveis relatadas no post, inclusive a discussão acirrada no pelotão de frente. Fiquei um pouco decepcionado com o clima tenso e uma certa algazarra desta edição da MC. Esperava ver pessoas mais cordiais, alegres e felizes por estarem simplesmente pedalando. Amanhã participarei novamente e espero, sinceramente, que o comportamento de alguns participantes da edição anterior tenha sido exceção à regra.

  9. O que sempre me motivou pessoalmente a participar de uma massa crítica: pedalar com pessoas, fazer amigos, desfrutar da sensação de segurança e acolhimento em pedalar em grupo – e lutar por melhores condições de mobilidade que valham para os dias em que pedalo sozinha. Se eu, pessoalmente, sinto que não tenho nenhum desses desejos pessoas saciados, então não vejo motivo para continuar frequentando essa pedalada, que deixou de representar isso para mim.

  10. Aldo M. disse:

    Sou assíduo mas casualmente não fui ao último passeio. Acho que um dos dificultadores nesta época é simplesmente a escuridão, que deve deixar arruaceiros mais à vontade, pois é muito difícil filmar e bater fotos. Se for, a solução deve chegar na primavera. Até lá pode-se considerar fazer em outro horário mais cedo no final-de-semana. Com isso, deverá haver participação de crianças e da terceira idade, grupos que somem no inverno. Apenas uma ideia para se pensar.

    • Leticia disse:

      Sou parceira, Aldo! Sábado à tarde seria uma boa! Assim, outras pessoas podem ter a chance de ir (pois nem todos conseguem sair do trabalho e chegar à tempo nas sextas de noite). Também já pegamos um público diferente no trânsito e mais pessoas podem ficar ciente do grupo.

  11. virtu disse:

    Viva a massa itinerante =)

    Como padrão, todas as últimas sextas de cada mês. Para deixar Porto Alegre mais Alegre que tal adicionarmos mais um sábado neste calendário?

    A massa tem um propósito, mas não precisa ocorrer 1x por mês, ainda mais quando se quer promover algo pro bem maior =)

  12. Olavo Ludwig disse:

    Pois é se alguém quiser fazer uma massa no sábado também é só começar a convidar as pessoas. Mas a da sexta não pode parar.

    Eu aconselho as pessoas que estão começando na massa, ou quem anda chateado em ver alguma confusão no pelotão da frente, ir mais para o meio, na frente é sempre mais chato mesmo. E claro sempre bom humor, sem stress mesmo se for xingado!

  13. Essa história de ficar querendo limar os punks pra mim parece muito querer tomar liderança na marra. Ninguém pode ser revoltado ou politizado na Massa Crítica, tem que ser tudo fofinho e bonitinho pra Nossa Senhora RBS não interpretar mal. A Massa Crítica serve às necessidades das pessoas que vivem na cidade ou serve aos caprichos do Grupo RBS? Depois o pessoal aparece com papinho de horizontalidade e de que não tem liderança… bobagem, os conflitos estão acontecendo porque uma parcela da Massa quer suprimir a outra, quer suprimir qualquer tomada de posição que não seja uma docilidade obediente ao jornalismo da tv globinho. Está se formando uma liderança dos obedientes. E a Massa Crítica é caso de polícia a partir do momento em que temos escolta da EPTC. Temos que obedecer, temos que fazer de conta que somos um monte de moleques felizes brincando de pedalar, celebrando a bicicleta, nosso brinquedo favorito, como se não existisse um genocídio motorizado acontecendo o tempo todo. Não podemos confundir pacifismo com passividade.

    • lobodopampa disse:

      Devagar com o andar que o santo é de barro! QUEM falou em “limar” essa ou aquela tribo? eu com certeza não fui.

      O que aconteceu foi justamente o contrário: uma certa tribo (ou um certo grupo de indivíduos) tentou se apoderar de uma celebração que é de TODAS as tribos, de todos os grupos, politizados ou não, bonitinhos ou feinhos, revoltados ou de bem com a vida.

      Quer ser agressivo tudo bem, mas não envolva outras pessoas. Não use a multidão para se esconder, nem tente manipular pessoas talvez um pouco ingênuas. A Massa é (era) um evento onde se podia levar crianças. Pense nisso. E por favor não coloque palavras na boca dos outros.

      Eu acho que o simples fato de mil pessoas se juntarem e tomarem as ruas de bicicleta é uma coisa SUPER subversiva. No melhor sentido da palavra. Não é necessário acrescentar atitudes raivosas. Pelo contrário. Atitudes raivosas são uma coisa retrógrada. É o jeito velho de funcionar. Olho por olho, dente por dente. Esse jeito velho, rancoroso, de atuar politicamente, é o que alimenta os maiores conflitos no mundo há séculos.

    • Aldo M. disse:

      Pedro,
      A Massa Crítica, neste formato “bonitinho” é muito mais radical que uma de “revoltados” justamente pela sutileza da mensagem. Ela expulsa os carros das ruas por alguns minutos e cria um cenário ao vivo de uma cidade muito melhor que a que temos hoje. A mensagem visual é muito forte e faz as pessoas pensarem: “por que não pode ser sempre assim?”
      É dessa Massa Crítica alegre que os poderosos tem medo, porque sabem que tem muito mais força e pode realmente começar a virar o jogo.
      Uma massa com conflitos seria utilizada por eles para justificar inclusive repressão com o uso da força, o que esvaziaria os passeios deixando a cidade ainda mais dominada pelos carros.

  14. Aldo M. disse:

    Poderíamos marcar no 2º sábado de cada mês, que quase sempre dá 15 dias após a Massa das sextas, às 15h45, com início da concentração às 15h15. Acho legal escolher um lugar diferente também. Que tal o Parcão ou próximo a ele, como o Largo José Antônio Daut, onde costumam estacionar um monte de carros, ou então no outro lado da passarela da Goethe. O Moinhos de Vento tem bastante movimento, de pedestres, automóveis e bicicletas, e seria uma boa para potencializar o ciclismo e contrapor à mania ridícula de muitos porto-alegrenses que vão aos parques de carro.
    Partindo dali, pode-se ir a outros lugares por onde nunca passa a Massa das sextas.
    Outra sugestão é mudar até o nome do passeio. Talvez isto atraia pessoas que vêem a Massa Crítica com uma conotação muito “radical” para elas. Seria uma espécie de “dissidência” 😉
    São só umas ideias que me vieram à cabeça. Sei que muitos poderão criar outras realmente matadoras para tornar esse novo passeio um sucesso também.

    • virtu disse:

      Eu sou a favor da idéia do Aldo. Acho que no segundo sábado seja uma boa data e o horário eu acho muito bom. A sugestão de mudar o nome eh muito coerente na minha opinião, pois assim individualiza os eventos: Massa Critica todas as ultimas sextas e este novo evento todos os segundo sábados. Ambos com a mesma essência.

      Sobre os comentários de possíveis violências, eu devo concordar com o Helton, creio que uma coisa eh falar nas redes sociais, outra ao vivo. Sem dizer, que uma das melhores formas de se combater a violência eh com um abraço ou ignorando ela. Então eu vou pedalar, nem vou dar bola, se cometerem um ato de vandalismo ou agressão física na minha frente, eu chamo a policia, pois ai nao estamos mais falando de pessoas civilizadas.

      • Aldo M. disse:

        Então já somos três? Fica marcado para 14 de julho.

        Também achei a visão do Helton bem realista. Mas essas rusgas na MC afetam mais umas pessoas que outras. Eu acho normal que haja algumas pessoas meio “alteradas” em um grupo grande, mas tenho confiança que são minoria e não tem como eles “tomarem a direção” do movimento.

        Já houve edições da Massa Crítica que foram descritas de formas antagônicas entre os participantes: enquanto uns as perceberam como tranquilas, outros ficaram com impressões muito ruins por causa de atitudes isoladas de algumas pessoas.

    • Leticia disse:

      Gostei da idéia! O Moinhos é um bairro curioso, porque as calçadas são largas e tem o Parcão, mas parece que os moradores não aproveitam o bairro. Andam muito de carro e sempre que passei pela Independência / 24 sozinha de bicicleta fui criticada pelos poucos pedestres que andavam por lá.
      14 de Julho (sábado) seria a data. VALENDO?

  15. gersonbazilio disse:

    Sejam todos bem-vindos à democracia/politico/anarquista! A prática é antiga. Quando não se consegue vencer o inimigo, mistura-se com a multidão, trasveste-se de “+ AMOR” e na hora certa tira-se a máscara e implode-se o movimento vindo a se esconder no meio da multidão, utilizando os inocentes como escudo e/ou bode expiatório. Assim implode-se os movimentos legítimos que perturbam quem deveria estar trabalhando em prol do povo, mas escondem-se em sua letargia. Para constranger estes se faz necessário o registro através de câmeras para identificar as pessoas e a participação da EPTC para coibir ou processar o registro do fato. O MC ampliou-se e novos grupos estão interagindo com novas idéias. Aos novos integrantes deve ser dado conhecer os objetivos e motivos que unem as pessoas em prol do cicloativismo. Não deixem grupos minoritários e articulados roubarem a idéia central do MC. Moleques felizes? Brincar de pedalar? Conheci pessoas maravilhosas do MC, com idéias, amizades sinceras, trabalhadoras e batalhadoras. Graças ao MC, a cidade está se renovando nos conceitos de mobilidade. Graças ao MC, ciclovias foram construídas. Ninguém aqui está brincando. Estão fazendo o que gostam. Construindo um mundo melhor. Deixando um legado para o futuro de milhares ou milhões de pessoas. Como é bom ser bem recebido e ter suas idéias aceitas ou respeitadas. Não olhem o MC com raiva ou com sentimento de revanche. Não tem como chamar o trânsito de centenas, milhares de bicicletas passeando e bloqueando ruas e veículos de “PASSIVIDADE”. Isto, como já se sabe, por si só, é uma mensagem muito maior e melhor que milhões de palavras e panfletos. Continuem sendo cidadãos felizes e passivos em cima de suas bicicletas e demonstrem que a fumaça dos veículos deveria ser usada somente em caso de extrema necessidade. Gostaria que se impusesse a todos os cidadãos a obrigatoriedade de se usar o transporte coletivo ou bicicletas ou motos elétricas, que seja, algumas vezes por mês de vez em quando, e olhar a cara deles depois. Abraço

    • Aldo M. disse:

      Bloqueando ruas? As bicicletas da MC conseguem um fluxo de pessoas maior que se elas estivessem em automóveis, mesmo fora do horário de pico. Ou seja, além de não bloquear, aumenta o fluxo. Os carros, e sempre eles, são os que bloqueiam as vias. Se as pessoas nos automóveis estivessem de bicicleta, não estariam paradas, com ou sem MC passando.

  16. Beto Flach disse:

    “Perde o amigo mas não perde a piada…”: O que vou fazer lá? Bueno, se for rolar uma guerra, respondendo à pergunta, acho que vou lá para VENDER BAND-AID E MERTIOLATE!

    E depois de “retirados os escombros”, junto com os sobreviventes do nefasto que ainda estiverem em condições de subir na magrela, MAS PRINCIPALMENTE junto com a IMENSA MAIORIA das pessoas de boa índole que não se envolveu na balbúrdia e confusão mas ficou assistindo a tudo com pena e discordância, vou pedalar com a felicidade típica deste ótimo momento do mês.

    Mais amor, menos confusão!

  17. felixalbers disse:

    Acho ótima a ideia do pedal no sábado. Saindo do Parcão, p. ex.
    Dia 14.07 estou dentro.
    Abs,
    Felix

    • Aldo M. disse:

      Alguma sugestão de local para encontro? Que tal em torno da pista de patinação? Para sair dali é só esperar o sinal da Goethe fechar e seguir pela Dr. Timóteo.

  18. Daniel disse:

    Eu estava na última massa e achei um grande equívoco o trajeto escolhido pelo pelotão da frente (me refiro especialmente à descida da Ramiro). Estou por fora das outras questões levantadas, mas tenho algumas observações a fazer: 1) Anarquistas de verdade nunca fariam algo que pudesse ser prejudicial à massa crítica. Simplesmente porque nada nessa cidade hoje é mais anarquista do que a massa crítica. Salvo grande equívoco da minha parte, é um movimento espontâneo, horizontal, autogestionado e que, por limitado que seja no tempo e no espaço, transforma a geografia urbana para melhor. Não conheço nada nessa cidade hoje que seja mais anarquista do que isso, que se feito com alegria se torna ainda mais subversivo. 2) Talvez a MC esteja enfrentando algumas questões problemáticas porque não esteja sendo anarquista o suficiente: o trajeto e todas as demais questões que envolvem a massa deveriam ser discutidos por todos, amplamente, antes da saída – usando megafone, microfone humano ou o que for. O que eu vi na última massa é que ninguém com quem eu falei gostou daquela descida da Ramiro, por exemplo, ou seja, aquilo foi decidido por poucos, pelo “pelotão de frente”, uma “vanguarda”. E nada é mais anti-anarquista do que uma pequena vanguarda que decide tudo pela “massa”. Tivesse havido uma discussão prévia e radicalmente democrática (anarquista) do trajeto, e nunca haveria aquela descida, a julgar pela amostragem das pessoas com quem falei, ou apenas alguns poucos iriam para lá. 3) É inegável que a MC está causando transformações na cidade, e nisso contraria muitos interesses, inclusive políticos. Então, eu não me surpreenderia se houvesse algum tipo de provocação orquestrada, para intencionalmente desarticular o movimento. É preciso estar atento a isso e não cair em provocações.

  19. lobodopampa disse:

    Aldo: agradeço sinceramente pelas contribuições ponderadas e articuladas (e não extensas demais hehehe) neste post.

    Entretanto, receio que tu, Helton e outros estejam sendo um pouco otimistas (ou apenas torcendo para o pior não acontecer, o que eu tbém estou fazendo intimamente).

    Ontem à noite reapareceu o cartaz no FB com os bonequinhos atacando outros bonequinhos (estes últimos em forma de suástica) com tacapes. Apesar de todo este debate, tanto aqui como lá, as pessoas envolvidas não se sensibilizaram, e continuam com a idéia de se “apoderar” da Massa. O cartaz dá a entender que a Massa é uma parte (!) do movimento DELES, e não o contrário, que seria o óbvio e o correto. Eu acho isso uma coisa muito anti-ética, e muito covarde.

    Agora imagine que você é um skin head maluco com delírios neo-nazistas. Você vê aquele cartaz. Você tem tendências agressivas. Você fica com vontade de fazer o quê?

    Certamente vocês percebem que isso vai muito além de “rusgas entre algumas pessoas alteradas”. Isso é claramente uma provocação para um enfrentamento físico. Já houve brigas de rua envolvendo exatamente esses dois grupos antes. Mas desta vez um dos grupos está tentando USAR a Massa como escudo, ou – o que seria realmente muito torpe – esperando conseguir motivar mais pessoas a participar da briga.

    • Aldo M. disse:

      Eu me mostrei otimista, lobodopampa, para equilibrar o contexto, senão fica parecendo que a MC será um tragédia. Não acompanho o FB para ter uma ideia melhor do que está acontecendo, mas os riscos de uma concentração grande de pessoas sempre existem, anunciados ou não.

      Eu percebi uma mudança nos passeios quando a EPTC começou a participar mais ativamente, com bicicletas, fazendo as rolhas com bastante eficiência. Isto nos deixou em geral mais preguiçosos com relação a ajudar a movimentação da Massa.

      Outro aspecto que ninguém quis comentar ainda foi o efeito da fantástica acusação feita pela EPTC no ano passado à Massa Crítica por estar talvez cometendo “infração a ordem urbana”, e da busca ao “comandante” do movimento, numa clara ação intimidatória. Parece que funcionou, em parte, porque tem-se exagerado na tese do “movimento sem líderes” talvez por temor de alguém ser “enquadrado” pelo Ministério Público e pela Justiça.

      Acho que os participantes precisam conversar mais antes do início do passeio, principalmente alertando às pessoas a não aceitarem nenhum tipo de provocação. Na minha experiência, lembro de uma passeata que participei no tempo da ditadura, completamente cercada por brigadianos e que parecia que tinha tudo para dar errado. Chegamos inclusive a bloquear a Salgado Filho sentando à frente dos ônibus. Acho que o que nos salvou foi a organização. Para manter os ânimos calmos, havia alguns mantras: “Não, não, não à provocação!”; e “Soldado da Brigada também é explorado”. Funcionou, e saímos ilesos e com o apoio silencioso de todos que estavam à volta, inclusive dos brigadianos.

      Acho que a situação hoje está longe de ser tão dramática. E esses grupos autodenominados de “skin-heads” são notórios pela sua covardia por fazerem seus ataques quando são bem mais numerosos que suas vítimas. Não me parece ser o caso em uma Massa Crítica. Em todo o caso é bom ficar atento, e de câmara à mão.

      • lobodopampa disse:

        Acho que tens razão numa coisa, Aldo. Os skin heads não atacam se não estiverem em maioria; eles gostam de espancamentos, não de batalhas.

        Resumo desta circunstância irônica: seremos salvos da covardia de uns pela covardia de outros.

  20. lobodopampa disse:

    Daniel: obrigado pelo comentário e pela análise.

    Não sou profundo conhecedor da matéria, mas sei que existem diversas linhas filosóficas libertárias, conhecidas genericamente pelo termo guarda-chuva Anarquismo, e que têm diferenças importantes entre si. É difícil falar em “anarquismo autêntico”, portanto; a própria natureza do movimento, sua alta valoração do conceito de liberdade dificulta uma visão unificada e sintética.

    Um exemplo simples (mas contundente): eu li que uma dessas linhas aprova e recomenda o uso da mentira como método. Outras não. Mas eu concordo contigo em linhas gerais; creio que ninguém pode se comportar de maneira autoritária/manipuladora e ainda sim se intitular um “libertário”.

  21. lobodopampa disse:

    Nunca mencionei isso aqui, mas acho que está na hora. Volta e meia alguém me “acusa” de coisas estranhas, como p.ex. ser “branco e hetero” (que crime, hein), querer “limar os punks”, e outras insinuações rasteiras. Invariavelmente trata-se de pessoas que não me conhecem, e aparentemente têm bastante dificuldade em interpretar um texto corretamente.

    Primeiro: sou descendente (neto, sobrinho, etc) de anarquistas históricos que fizeram algumas coisas importantes que ajudaram a mudar um pouquinho as condições de vida dos excluídos. Essas pessoas eram extremamente corajosas e vários deles pagaram um preço alto por sua militância. Palavras-chave: Espertirina Reichenbach Martins (minha avó paterna), Irmãs Martins, Malvina Tavares (a professora deles).

    [Eu não sei se aprovo os métodos que eles usavam; mas se eu tivesse vivido naquela época, provavelmente teria feito as mesmas coisas. De qualquer forma, tenho grande respeito pelo legado que eles deixaram].

    Segundo: de fato sou branco e hetero. Acertaram por acaso… Mas isso não é da conta de ninguém, e não tem NADA a ver com o assunto. Assim como isto não tem nada a ver mas vou mencionar: minha mulher é negra e portanto meus filhos são mulatos. Meus avós maternos eram libaneses e italianos. E DAÍ?

    Pra terminar: o ramo anarquista da família vem da herança germânica – o avô materno de Espertirina era um auto-exilado oficial do Exército Prussiano. Um cara muito interessante, e bem branquinho. Ah, surpresos? Pois é. Preconceito existe de todo tipo e pra todo lado; especialmente dentro de nós.

    Todos nós.

  22. Danielli disse:

    Errata:

    O acidente ocorreu pela ultrapassagem violenta de um ciclista e não de um patinador. Fui eu, Danielli, 21 anos, quem me acidentei. E apesar de ter sido uma ultrapassagem “do nada” em altíssima velocidade quase no fim da lomba da Ramiro, eu também tive culpa, pois acho que se eu tivesse tido mais agilidade para usar os dois freios, talvez não tivesse caído.

    Já que eu não tenho facebook, farei um breve depoimento para aqueles que se interessarem:
    Eu não costumava usar capacete, nem tinha um, pois apesar de saber que muitas vezes os motoristas “respeitam” mais um ciclista de capacete, sempre partia da lógica “se um ônibus me atropelar, não vai ser um capacete que vai me salvar” e não achava, por isso, necessário, já que os motoristas tem que aprender a respeitar os ciclistas independente de eles estarem usando capacete ou não, que como sabemos, não é item obrigatório pela lei. Entretanto, recentemente havia ganhado de aniversário de uns amigos um capacete. E se eu não estivesse com ele quando ocorreu o acidente, teria sido, talvez, algo trágico, pois eu bati a cabeça com realmente muita força no asfalto, ficando muito, muito tonta e um pouco desnorteada. Mas o capacete segurou legal boa parte do impacto.

    Mas enfim, foi um infortúnio e uma falta total de responsabilidade de alguém, porém não é por isso que a massa crítica deve ser considerada perigosa. Eu participo desde outubro de 2011 e espero que as pessoas não deixem de participar por isso e que sim aprendam a ser mais gentis e cuidadosas umas com as outras e a fazerem melhores escolhas no trajeto (como todos já comentaram).

    • lobodopampa disse:

      oi Danielli, puxa, obrigado pelo depoimento e pelas pelas palavras inspiradoras.

      A colisão/queda a que eu me referi no post NÃO foi a tua, entretanto. Foi uma que eu vi, aconteceu bem na minha frente, e foi sim causada pelo patinador – que não sofreu nada, ao contrário do ciclista.

  23. Danielli, publiquei um trecho do teu comentario no perfil do facebook, como um depoimento importante para a boa prática de uso do capacete nos passeios noturnos. Espero com isso, sensibilizar mais pessoas para o uso continuo desse equipamento nao obrigatório – mas essencial para a nossa segurança! Até a noite!

  24. Richard disse:

    Amanhã tem inauguração da CICLOVIA da Restinga. Dia 03 de julho, às 10h30min.
    VERGONHA!!

  25. andre gomide disse:

    Colegas, depois do ocorrido do Massa do mês “retrasado”(maio), onde foi identificado uma pessoa filmando usuários de drogas ao final da massa, esta mesma apontando-os para o policiamento da região, cheguei a conclusão de que o serviço reservado da PM e de outros ´´orgãos estão sim monitorando a MASSA. O motivo real pelo que vejo, com os relatos dos colegas, deve ser uma “prevenção” destas rusgas, a PF tem inclusive um grupo que costuma monitorar e investigar estes grupos.
    No dia do ocorrido havia pego a placa do veículo e posteriormente levantado-a . É uma placa do estado.

    Imagino que sinceramente o alvo não seja a massa em si, mas eventuais infiltrações deste tipo de grupo.
    Não tenho uma posição formada do que se deve fazer, mas tb sou cuidadoso com o que ocorre em volta.
    Nossa, é uma coisa muito séria que eu não havia imaginado que estivesse ocorrendo bem embaixo do meu nariz.
    Havia pessoas no último massa entregando panfletos anti-facistas(junho), infelizmente não peguei nenhum para documentar o teor das informações.

    Temos que ter atenção com quem nos rodeia no massa deste mês(julho), pois aqueles que realmente vão lá para pedalar, como eu, devem saber diferenciar uma atitude hostil prejudicial ao grupo.

    PS.: sou favorável a um passeio tb nos moldes do massa em outro dia do mês, já deixo a sugestão de ZN, concentração no bairro Germânia.
    Assim pelo menos estou mais perto de casa…rsrsrsrsrsrsrsrsr

    • lobodopampa disse:

      oi André

      Ouço falar bastante em policiamento à paisana, incógnito, enfim, como se queira chamar.

      Isso não me preocupa. Quem não deve não teme.

      Aproveito para dizer claramente, aqui neste tópico, que fiquei MUITO CONTENTE ao ver que meus piores receios NÃO se confirmaram.

      Ao contrário de outras pessoas, entretanto, não acho que é paranóia. Continuo achando que existia – e existe – risco real da Massa vir a fornecer, através de participantes digamos “mais doentes do que a média das pessoas”, os motivos e pretextos para uma intervenção policial que poderá ser fatal para a Massa e muito prejudicial para os movimentos sociais.

      Acho que desta vez, muita gente CUIDOU da Massa. Muita gente chegou cedo pra bater papo, fazer música, conversar sobre o itinerário. Teve mega-fone humano e VOTAçÃO. O itinerário escolhido surpreendeu a todo mundo, por sinal. Houve um esforço coletivo consciente para que as coisas corressem em paz, e esse esforço foi recompensado.

      “Nada vem do nada”…

      • Daniel disse:

        Não pude ir na massa, mas fiquei muito contento com isso: “Muita gente chegou cedo pra bater papo, fazer música, conversar sobre o itinerário. Teve mega-fone humano e VOTAçÃO”. Quando pessoas se reunem para uma atividade e todos participam e têm voz, e não apenas um pelotão de frente, uma “vanguarda”, ISSO é ser anarquista, use-se esse nome ou não – e não ficar chamando briga de grupelhos. Mas fiquei curioso, por que o itinerário foi surpreendente?

        Por fim, provocadores e controle policial é o esperado quando um movimento causa transformações… a questão é se a massa vai ter maturidade para passar por cima disso. Quanto mais radicalmente democrática (anarquista) ela for, maiores chances terá.

      • Marcelo disse:

        “Quem não deve não teme” é uma frase bonita, mas não diz nada sobre a nossa realidade.

        Eu temo pela minha privacidade, pois embora a ditadura militar tenha “acabado”, como num passe de mágica, a mentalidade por trás dela persiste. Os carrascos da ditadura que torturaram e mataram pessoas por terem ideais diferentes dos seus, seguem livres e soltos vivendo às custas da população. A ditadura não foi julgada e condenada, e muita gente ainda segue achando que ela não foi tão ruim assim e tem gente até que gostaria que ela voltasse. A idéia de que quem tá na rua se manifestando é vagabundo e tem que ser combatido está embutida no inconsciente de grande parte da população. Existem pessoas com planos de criminalizar ainda mais os movimentos sociais, classificando-os como terrorismo. E isso já acontece nos E.U.A. onde movimentos ambientalistas são considerados ameaça terrorista, e infelizmente os E.U.A. seguem sendo exemplo pra muita gente aqui no Brasil. O Exército segue contando com serviço de inteligência, e é altamente provável que continue investigando cidadãos brasileiros potencialmente “subversivos” bem como fazia na ditadura militar, provavelmente só esperando uma nova oportunidade pra prender esse “bando de vagabundo”.

        A Brigada Militar dá tapinhas nas costas de neonazistas e fecha os olhos pros seus crimes, enquano membros da própria Brigada Militar ameaçam um estudante negro e seu advogado de morte.

        Pessoas que lutam pela preservação das florestas são assassinadas sistematicamente pelos capangas do agronegócio e os mandantes raramente são indiciados.

        O Brasil é um país que viola sistematicamente os direitos humanos, o Brasil é um país onde quem mais teme é quem não deve nada. Onde quem tem mais motivos para temer pela própria vida e liberdade são pessoas que lutam pelo que acreditam.

    • Eu faço um esforço danado pra andar dentro da lei, nao emitindo nota fria, nao sonegando impostos, nao dirigindo depois de ingerir bebida alcoolica; tentando ser um cidadão que respeita esperando ser respeitado: a policia monitorar drogados ?? CERTO, se tem drogados, tem fornecedores. Massa Crítica nao é marcha da maconha, maconha é droga, e é proibido por lei portar, fumar e traficar. Ja postei antes dizendo isso, pra andar na Massa Critica tem que ter CONDUTA: fumar maconha na bicicletada – aos olhos da lei, é crime como um outro qualquer. Quem quiser beber, fumar ou dar o seu respectivo… que faça longe da nossa horda – é queimação de filme total, um maconheiro idiota queima todos os outros participantes.

      • lobodopampa disse:

        O mesmo vale para o álcool, na minha opinião. Não, não sou santo e tbém consumo coisas que seria melhor não consumisse. Mas tem a coisa do coletivo, e a coisa da imagem. Embriagar-se ou usar qualquer droga, lícita ou ilícita, que provoque modificação na consciência, não combina com trânsito nem com reivindicação (não que a Massa seja necessariamente uma reivindicação, mas esse elemento é forte nela).

        Nessa última tinha um sujeito (sem camisa, com mais da metade da cueca aparecendo) carregando DUAS garrafas de vinho com a mão esquerda, apoiada no guidão. Uma imagem que evoca qualquer coisa menos cidadania. Assim como o odor de maconha no ar. São coisas que ficam melhor na esfera privada, até para não constranger nem prejudicar quem nada tem a ver com o peixe.

    • lobodopampa disse:

      prezado Marcelo,

      nós dois não concordamos em muitas coisas e por mim tudo bem – acho podemos aceitar isso e fazer como os britânicos: “agree to disagree”.

      Só espero que tu não estejas defendendo a prática covarde de USAR a multidão para criar artificialmente um anonimato que por sua vez possa servir de proteção para ações arruaceiras ou mesmo violentas.

      Porque aí será pouca surpresa que grande parte da sociedade nos chame a TODOS de vagabundos.

      • Marcelo disse:

        Eu não vejo nenhum problema em ser chamado de “vagabundo”. Além do mais porque essas pessoas já chamam toda a Massa de “bando de vagabundos”. Quantas vezes alguma pessoa que não concorda com a Massa Crítica já não gritou “Vão trabalhar!”.

        Usar a multidão para criar anonimato em caso de desobediência civil é uma tática válida contanto que a multidão esteja ciente e de acordo. Fazer isso sem o consentimento da multidão eu não estou de acordo, mas não acho que fosse a idéia de ninguém usar a massa como escudo ou criar confusão no meio da massa.

      • Daniel disse:

        Ainda sobre a vagabundagem: penso que a massa crítica é, por essência, vagabunda. Digo isso baseado na verbete “vagabundear” do dicionário: v.i. Vadiar; andar sem destino; viver ociosamente. Nesse sentido, nada pode ser mais vagabundo do que a massa crítica. E ser contra isso é assumir a lógica de que sempre temos que estar “produzindo” algo – por mais idiota e destruidor que seja -, que nunca podemos estar ociosos, que sempre temos que estar freneticamente transformando dinheiro em mais dinheiro – em suma, chamar a massa de “vagabunda” como uma crítica é fazer a apologia da lógica do capitalismo automobilístico. Por mim, quanto mais vagabunda for a massa crítica, melhor!

      • lobodopampa disse:

        O problema é quando tem vagabundos BURROS que fazem um monte de merda que espirra pra cima de um monte de gente vagabunda no sentido nobre da palavra, tão apropriadamente explanado acima.

        Ou vagabundos COVARDES que se escondem na multidão e a tentam manipular.

        Ou vagabundos infiltrados (difícil de diferenciar dos covardes, vai saber) que eventualmente estão lá pra tentar criar um fato policial.

        Por isso a pergunta:

        A quem interessa acabar com a Massa Crítica?

        Em alguns lugares a Massa e a polícia se dão bem, em outros não; a polícia é mais bacana em alguns lugares, ou os vagabundos (no sentido nobre) é que têm mais inteligência emocional?

  26. andre gomide disse:

    onde está minhas mensagens?

  27. andre gomide disse:

    ué…censura? hehehehehehe

    • lobodopampa disse:

      não te preocupa! às vezes o wordpress “resolve” que algum comentário é suspeito – geralmente (mas não sempre) quando contém URLS. como temos muitos moderadores, sempre alguém vê e aprova rapidinho. pessoalmente sempre peço aos comentaristas em posts assinados por mim que sigam pelo menos o mínimo de regras de netiqueta: sem ataques pessoais, sem adjetivação de pessoas, foco nos temas e no debate. até hoje nunca precisei barrar nenhum comentário. outros moderadores do blog “liberam geral”, alguns inclusive infringem a netiqueta no próprio conteúdo do post, mas aí é coisa de cada um…

  28. andre gomide disse:

    Escrevi duas vezes, vou tentar uma terceira…
    foi surpreendente na medida que foi em direção ao Barra. Na minha opinião foi conveniente para EPTC, pois sei que tinham ordem de brecar a massa caso fóssemos em direção a Anita. Mas foi escolhido democraticamente o itinerário.
    Acho que a justificativa de que a Anita possui subida não vinga, pois enfrentamos subida tb no retorno do Barra.
    Mas tudo bem, democracia é assim mesmo, a vontade da maioria. Eu respeito isso.

    • Brecar??????, ninguém me disse – eu ouvi do supervisor presente no largo que – se fossemos pela anita, eles “estariam fora” [sic]! E outra Gomide, tu nao é ingênuo em pensar que qualquer movimento social passeia livremente sem observacao dos orgaos oficiais, isso é fato: é segurança pública.

      • andre gomide disse:

        Sergio meu amigão,,,, vc me conhece bem e sabe que não sou nenhum pouco ingênuo mesmo…rsrsrsrsrrsr
        Quem me contou da orientação deles tb é membro da EPTC, meu ex-colega de cursinho.
        Abraço.

  29. lobodopampa disse:

    Daniel e André, então foi isso, a maioria (dos que se interessaram em participar da escolha) preferiu ir em direção à Tristeza (na verdade não passamos do Cristal).

    Eu fiquei surpreso porque

    1) nunca havia sido feito nada parecido que eu saiba
    2) alguns itinerários haviam sido propostos e debatidos no FB, eu esperava que algum desses vingasse

    Tudo isso é muito interessante.

    Alguns ficaram revoltados no início – imagino que por causa daquela idéia (que eu tbém defendo em princípio) de passar em regiões de maior densidade/visibilidade. Mas depois esqueci essa idéia fixa, acho que todo mundo esqueceu e resolveu curtir o trajeto!

    De qualquer forma, na volta, fizemos um bom pedaço da Ipiranga e passamos pelo túnel pra deixar todo mundo satisfeito 😉

    • Daniel disse:

      André e Lobo, muito interessante o relato, pena que eu não pude estar lá. Eu só faria um comentário em relação à “maioria”. É preciso ter um certo cuidado, para que isso não se transforme em uma “tirania da maioria”, uma maioria que se forma e decide tudo em detrimento dos demais, que, apesar de ser minoria, também devem ser ouvidos e levados em consideração. Muitas vezes é melhor prolongar a discussão até chegar a um consenso aceitável para todos do que partir rapidamente a uma votação que deixe muitos descontentes. No mais, eu acho que essa discussão prévia sobre o trajeto tem que ocorrer sempre, isto é importante demais para deixar nas mãos apenas de um pequeno pelotão da frente.

      • lobodopampa disse:

        Concordo totalmente contigo, Daniel. Eu mesmo não votei, aceito qualquer trajeto que for escolhido, sempre. Então fiquei observando e pedindo pro pessoal em volta fazer 1 pqnho de silêncio. Achei o processo bem adequado, prolongado até, como tu dizes. No fim todo mundo saiu ganhando. Tenho a impressão que saber o itinerário (não apenas a direção) já na hora de sair contribui para a paz e tranqüilidade durante. Evitar ruas muito estreitas idem.

  30. lobodopampa disse:

    Uma observação interessante:

    fiz rolha várias vezes – inclusive em cruzamentos grandes – e não vi nem ouvi NENHUMA manifestação de impaciência/irritação/belicosidade de parte de motoristas. E olha que a Massa estava enorme, levava mais de 5 minutos pra passar. O único inconformado que encontrei foi um motoboy, tentei conversar com ele não tava afim. Mas tbém só resmungou um pouco, nada sério. Eu acho que a população está começando a se RESIGNAR, está vendo que a Massa faz parte do calendário e que a bicicleta passou a fazer parte da cultura e do dia-a-dia.

    Essas pequenas coisas me parecem grandes avanços.

    Muito mais importante do que acontecer alguma coisa “espetacular” – que é o que alguns parecem estar querendo quando reclamam que “hoje foi chato”.

  31. andre gomide disse:

    Concordo sobre o avanço… aliás, a muito tempo de digo para meus amigos que andar de bike é relativamente seguro, pois a grande maioria respeita as bikes, detalhe importante, a minoria que não nos respeita na verdade naõ respeita ninguém mesmo no trânsito

  32. Júlio disse:

    Pois então…segui o conselho de alguns aqui e participei pela segunda vez da MC, mas desta vez mais do meio para trás e não junto ao pelotão de frente. Achei bem melhor esta edição do que a anterior. Gostei de o trecho ser definido antes e votado pelo grupo. Nenhum incidente. Nenhuma discussão. Nenhum tombo. Pelo menos eu não vi nada disso. O que vi foram apenas pessoas – de todas as idades, raças, credos e classes sociais – pedalando e promovendo o uso das magrelas, felizes, numa noite muito agradável. Claro que vi alguns motoristas insatisfeitos com o movimento, mas, por outro lado, também vi muita gente elogiando a iniciativa e sorrindo para quem passava. O que eu acho interessante é que NENHUM meio de comunicação noticia a MC. Para não dizer que nenhum o faz, cito o jornal O Sul, que deu uma notinha só. Se o movimento está crescendo (até gostaria de saber quantos ciclistas participaram desta última) sem nenhuma visibilidade por parte da imprensa, imagina se eles começam a divulgar a MC? Mas é justamente por isso que a MC não ganha destaque nas manchetes: para ver se o movimento se extingue! Felizmente, pelo que tenho percebido nas ruas, só tem aumentado o número de pedalantes.

    • Aldo M. disse:

      Fico muito feliz que a imprensa reacionária não noticie a MC. Significa que estão com medo. E, por causa deste medo, estão cometendo um erro grave, que irá afetar ainda mais a sua parca credibilidade entre os formadores de opinião. Podem ter certeza, MUITA gente viu a Massa passar (minha esposa, por exemplo, a viu duas vezes em pontos diferentes da cidade, enquanto circulava de carro), e a omissão dessa parte da imprensa é percebida sim pelas pessoas, ainda que de forma inconsciente.

    • andre gomide disse:

      No dia da Massa eu pedalo na frente , atrás, no meio, só não pedalo na contramão como nosso prefeito e voando como o ET…hehehehehhehe

  33. virtu disse:

    E aí pessoal, vai haver então o evento do dia 14/07? Caso positivo, vamos criar um post no blog e começar a divulgação para escolher nome, que horas, saída e etc?

    Digo isso para podermos protocolar a documentação na EPTC da mesma forma que ocorreu com a MC.

    Abraços.

  34. Aldo M. disse:

    Contei 5 interessados: Eu, Letícia, Félix, Lobo e Virtu, além do André que sugeriu a Zona Norte. Já dá um miojinho… Não tenho jeito para blogueiro: espero que haja outro candidato para a tarefa. Nem me ocorreu protocolar aviso na EPTC, acho que porque imaginei bem pouca gente nessa primeira, mas é bom estar preparado. Só não me disponho a ir porque trabalho o dia todo na Zona Norte.

    • Ílson Bolzan disse:

      Opa, se tudo der certo estarei presente dia 14 também.

      Sobre a massa do último mês (junho), nõa pude participar, mas pelo que li nos comentários, foi feto um trajeto bem diferente. Acho isso ótimo, assim começamos a chamar atenção de pessoas que normalmente não enxergam a massa, e com isso podemos aumentar nosso grupo. 🙂

    • andre gomide disse:

      Sou eu e mais 4 amigos…. tb não tenho como “blogar”

  35. lobodopampa disse:

    ATENÇÃO pessoal da “Bicicletada da Bastilha” (14 de julho):

    eu estou muito muito atarefado com muitas coisas. Não sei se vou poder ir, embora tenha gostado MUITO da idéia. Na verdade eu não freqüento passeios, porque não sinto falta de “passear” de bicicleta, e porque já pedalo tanto que às vezes tenho mesmo que descansar um pouco.

    Se alguém fizer o post convidando eu publico aqui e ajudo a espalhar no FB. Tudo que eu puder fazer com apenas alguns cliques.

    Observação:

    o mundo está CHEIO de boas idéias. O que mais falta é vontade suficiente para fazê-las virar realidade. Investir a energia e o tempo necessário. Tecer relações em torno de metas construtivas.

    Então, se querem fazer uma bicicletada, FAÇAM!

    Nada vem do nada.

    • virtu disse:

      Tomei a iniciative e fiz um simples texto, por favor podem publicar ou complementar com o que for preciso.

      Abs.

      Você anda de bicicleta? Você tem algum amigo que anda de bicicleta? Por que não se reunir e andar de bicicleta juntos num sábado de tarde? Que tal este sábado de tarde ser o segundo de cada mês?

      Dia 14 será o segundo sábado de julho, por que não andarmos de bicicleta todos juntos? Quem sabe podemos identificar este passeio como a “Bicicletada do Segundo Sábado”?

      Toda última sexta-feira de cada mês um grupo de pessoas deixam todas as diferenças de lado e se unem por um único fim: celebrar a vida pedalando. Por que apenas uma vez por mês?

      Fica o convite então:

      Dia 14 de Julho – Bicicletada do Segundo Sábado
      Concentração a partir das 15 horas no Parcão

      Traga sua família, seus amigos visíveis, os invisíveis também, divulgue a todos, EPTC pode vir, venham…

      • lobodopampa disse:

        oi Carlos, gostei do convite, vou publicar (publicaria mesmo que não tivesse gostado, claro).

        Quem sabe no início da semana, pra não dar tempo de “esquecer”?

        Recomendo fazer uma página correspondene no fb.

        Se quiser coordenar isso juntos me escreve para arturelias68 arroba gmail.com

      • lobodopampa disse:

        p.s. quando falei em “coordenar” acima, referi-me tão somente a coordenar a publicação de avisos e convites para a bicicletada. não estou “coordenando” o evento em si, obviamente!, apenas acolhi a sugestão e facilitei um pouco a divulgação

  36. Pingback: Amanhã tem!… | Vá de Bici

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