Jogando dinheiro na latrina e estreitando ciclovia.

Se por um lado Fortunati diz que a prefeitura está quebrada, sem dinheiro, por outro sua equipe esbanja recursos como se dinheiro não fosse o menor problema.Trabalhadores estão destruindo parte da ciclovia da Avenida Ipiranga para a construção de calçada no Parque Marinha do Brasil. Usuários da ciclovia, que possui pouco mais de dois anos de existência (e que deveria durar bem mais do que isso), criticaram desde o princípio a implementação de ciclovia onde não existe uma calçada, o que força os pedestres a caminhar sobre a ciclovia. Mas destruir um trecho de uma ciclovia recém feita para construir um passeio mostra todo um novo nível de falta de planejamento, estupidez e descaso com o dinheiro públicoConfira abaixo matéria postada no Porto Imagem.

O que está acontecendo com a ciclovia da Ipiranga ?

Ciclovia da Ipiranga, junto ao parque Marinha do Brasil está sendo parcialmente destruída. Foto: Thierry Claas

A ciclovia da Av. Ipiranga esta sendo destruída parcialmente para a construção de uma calçada.

A principio o que era para ser motivo de alegria (construção de uma calçada em torno do parque) está se tornando uma dor de cabeça para muitas pessoas, primeiro pela falta de planejamento e gestão, depois por ter sido criada uma situação em que os pedestres ficam contra os ciclistas e vice e versa.

Os ciclistas se mobilizaram pedindo que fosse feita uma calçada no local, para que os pedestres não usassem mais a ciclovia.

Pois a calçada tão pedida esta sendo construída sobre a ciclovia…

O parque no qual a ciclovia está sendo retirada é o Parque Marinha do Brasil que possui uma área de 70,70 hectares, ou seja, caberiam muito bem ciclovia e calçada lado a lado.

Post sugerido pelo leitor Thierry Claas, inclusive fotos que o ilustram.

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22 respostas para Jogando dinheiro na latrina e estreitando ciclovia.

  1. ricardo22000 disse:

    Transcrevo o jornal Metro do dia 08/04″…A mudança visa dar espaço aos pedestres, que usavam a ciclovia para caminhar. Após a obra, ciclistas vão usar o trecho novo e os pedestres, a antiga ciclovia”.

    • Marcelo disse:

      Igualmente segue sendo uma falta de planejamento e um desperdício que beiram a estupidez extrema. Só de tinta a EPTC afirma que o custo da ciclovia é R$160 mil por km. Fazer uma ciclovia para em seguida destruir quase 50% dela para ser refeita é ridículo.

  2. Pedro Ayres disse:

    Se ninguém se atreve a dizer o óbvio, vou lá: é um parque, gente, UM PARQUE, não tem a menor necessidade de ciclovia/calçada/etc. Por algum motivo torto ativistas foram cooptados por essa mania de intervencionismo em qualquer lugar. Não havia a menor necessidade de ciclovia ali, nem calçada, é um parque. Acho que passou da hora do ativismo dar tiros no pé e querer segurança total onde nem sequer há necessidade. A cidade em que eu pedalava há vinte anos era mais “negociável” de transitar sem essa estrutura. Pensem bem, mas BEM mesmo, sobre o tipo de intervencionismo que estão desejando. Eu só vejo a “estrutura cicloviária” muito mais nociva do que a cidade que eu percorria há vinte anos. Mais John Forester e menos Capellari.

    Abraçaços e sigam felizes.

    • Felipe X disse:

      Boa parte dos ativistas acham que o correto na Ipiranga seria uma ciclofaixa e não essa ciclovia toda torta que fizeram.

      Mas em um parque precisa de calçadas sim. Não precisa ser de concreto, mas precisa. A maior prova disso é que as pessoas usavam a ciclovia como calçada, pois não queriam caminhar na grama.

      • Pedro Ayres disse:

        “Precisa” baseado em que, Felipe? O Parque Marinha tem um belo caminho arborizado que atravessa o parque, inclusive quase da mesma distância do degradante novo binário, e não é problema algum.

        Para situar um pouco, eu moro no extremo sul, a Edgar Pires de Castro não tem calçada, somente um acostamento de terra e algumas partes com brita. E tenho MUITO medo quando a atual gestão implantar seu modelo de mobilidade urbana, misturando calçadas com ciclovias e etc. Felizmente, não vai dar tempo.

        Com exceção da acessibilidade, não há a menor necessidade de intervencionismo em parques. É até uma idiotice.

      • Felipe X disse:

        Ué, eu disse ali em cima. As pessoas caminham na ciclovia por que elas preferem caminhar ali do que na grama. É só ver o comportamento do pessoal que nota-se que existe essa demanda.

        Se tu prefere a grama tens todo direito de caminhar nela 🙂

      • Felipe X disse:

        Ah, e o caminho arborizado é um tipo de calçamento, só que em vez de asfalto ou concreto usaram saibro. Onde estão fazendo essa calçada nova só tinha grama.

      • Pedro Ayres disse:

        Desculpe, Felipe, mas vc está confundindo causa e efeito. Caminhar na grama nunca foi problema (talvez seja mais benéfico). Mas construído um caminho pavimentado as pessoas vão percorrer sem pensar (provavelmente com calçados com amortecimento artificial que não reproduz em nada uma caminhada natural).

        Vale reiterar que esse parque existe há muito tempo, e essa estrutura artificial foi implantada há pouco tempo e já é contestada…

      • Marcelo disse:

        Pedro, eu eu era contra a criação de ciclovia ali em cima. Acho ridículo pavimentar o parque. A meu gosto tinham que ter tirado uma das faixas da Ipiranga e feito a ciclovia do início ao fim por ali. Mas essa questão pelo momento já era, a ciclovia já foi feita.

        A questão que levantei agora não é essa de fazer ou não ciclovia sobre o parque (concordo que é desnecessário, que tem que se remover espaço do automóvel e devolver para pedestres ciclistas, crianças, etc.), a questão toda é a estúpida falta de planejamento dessas taipas que autorizam essas obras. A questão é o desperdício de recursos naturais (petróleo, brita, cimento) que é utilizado para depois de uma fração da sua vida útil ser quebrado e mandado para um aterro. A questão é o desperdício de dinheiro público que poderia ser usado para melhorar o transporte pública, ampliar a rede cicloviária ou melhorar a acessibilidade das calçadas de Porto Alegre.

      • Felipe X disse:

        Desculpa Pedro, estás confundindo tua preferência com a de todos. Eu mesmo prefiro calçada (repito, não precisa ser concreto), principalmente quando o tempo está mais úmido. E tu mesmo mencionou o caminho arborizado por dentro do Parque…

    • thierry disse:

      Para quem nao entendeu bem vou passar un breve histórico.

      Onde foi construída a ciclovia era uma trilha de chão batido (grama morta pela passagem de pessoas).

      Obviamente as pessoas passaram a usar a ciclovia que foi construída sobre sua trilha de caminhada.

      Para quem nao percebe um caminho pavimentado sempre é o melhor caminho apos dias de chuva.

      Eu vou trabalhar de bicicleta diariamente e sim tenho carro também. Tal qual quando ando de carro nao gostaria que as ruas acabassem do nada, sem pés nem cabeça, imagino o mesmo de ciclovias.

      A questão de ali ser um parque e nao precisar de ciclovia e bem simples.

      Existe uma ciclovia, a da Ipiranga que passa por ali, nao é uma ciclovia dentro do parque, seria muito estranho andar os 1,5km da ciclovia da Ipiranga e chegar no fim dela e ela acabar em grama.”por que lá é um parque”

      Imagine você de carro andando no asfalto da Ipiranga e entre a Borges e a Edvaldo a Ipiranga ser de chão batido, é claro, para quem nao lembra lá era um parque também…

      • Felipe X disse:

        Exato, e o mesmo para os pedestres que vem pela Ipiranga em direção a orla, a calçada simplesmente terminava. Quer dizer, terminava em uma ciclovia, portanto ela passava a ser calçada.

  3. Pedro Ayres disse:

    Marcelo: sim, é um desperdício de dinheiro. Quase toda estrutura segregada para bicicletas é uma idiotice. Enquanto o problema principal é restringir os excessos cometidos pelos automotores. Como diz a velha piada, se estão fornicando no sofá da sala, retirem o sofá da sala e está resolvido.

    Felipe: não é meu gosto pessoal. Construa um caminho asfaltado mais longo e logo você verá um caminho aberto na grama por um caminho mais curto. As pessoas agem assim (sabiamente). Toda a ocupação da orla para lazer segue essa lógica do caminho mais óbvio, sem que a municipalidade intervenha ou direcione caminhos.

    Como diz o provérbio chinês, cuidado com o que você deseja, pode se tornar realidade. Segurança total, segregação…. Em breve surgirá uma regulamentação para skates, patinadores, corredores de rua…

    • Felipe X disse:

      Acontece que ali criaram um caminho asfaltado e as pessoas seguiram no asfalto em vez de criar um mais curto. É a continuação da calçada da Ipiranga e não um caminho arbitrário no meio do parque.

      Desculpa brother, mas sim há pessoas que querem calçadas para caminhar no parque. Como eu disse, não precisa ser asfalto nem concreto.

      Eu lembro inclusive dessa discussão no portoimagem sobre a redenção, lá praticamente todos queriam calçada. A divisão era sobre que material era o mais adequado. Alguns achavam que tinha que ser concreto mesmo, outros saibro, assim vai.

    • Felipe X disse:

      Ah, voltei para lembrar dos corredores – um grupo muito claro que vai aproveitar bem a calçada. Correr na grama é pedir para torcer o pé.

      • Pedro Ayres disse:

        Felipe, não sei (nem precisa me dar detalhes) da sua experiência correndo, mas… torcer o pé na grama… Pesquise um pouco dezenas de corredores de alta performance, veja em que terreno treinaram e treinam até hoje.

        Se você vai se basear no portoimagem, talvez a maioria prefira um parque cercado, no estilo do parque Germânia, um parque antisséptico, inorgânico, sem vida…

        Um dia ainda vamos nos arrepender amargamente de exigir essa estrutura segregacionista para bicicletas. Podemos alegar os mais nobres motivos: idosos, crianças, deficientes, inseguros. Simplesmente vai criar um monstro (já está criando) que reforça a prioridade do automóvel.

      • Felipe X disse:

        Eu gostaria que tu me dissesse quantos desses corredores que usam as ciclovias são de alta performance. Me desculpa, assim como o argumento de “as pessoas trilham o caminho natural” (se tratando da calçada da Ipiranga) tu estás pegando um dado teórico que é verdadeiro e aplicando de maneira errada.

        Mas entendi de onde tiraste que as pessoas não querem a calçada, achas que alguns gurpos não devem ser ouvidos 🙂

        abs!

  4. Adir disse:

    No mundo inteiro os caminhos dentro dos parques são asfaltados para facilitar a vida das pessoas que tem problema de locomoção ou carrinhos de bebês. Além de delimitar e organizar por onde as pessoas circulam. Discordo deste ideia que só existe na nossa aldeia de que em parques não precisa asfaltar ciclovias e ruas para as pessoas.

  5. Adir disse:

    Outra coisa que me incomoda é a ideias dos porto-alegrenses serem contra cercamento de parques e praças. No mundo inteiro a maioria dos parques são cercados para que as pessoas circulem tranquilamente dentro deles sem risco de violência. Em POA os parques não são cercados e as pessoas evitam circular dentro deles por medo da violência que existe. Parece algo mais ideológico e menos racional. Porto Alegre deveria copiar os bons exemplos de outras cidades.

  6. Magister Zacharias disse:

    A ciclovia não é do parque, mas passa por aquele trecho do parque. A falta de planejamento é risível e emblema da incompetência de gestão. Qualquer pessoa com uma capacidade intelectual ínfima faria melhor.

  7. Fernando E disse:

    Alguma novidade sobre a ciclovia da Ipiranga? Não teve mais posts sobre ela apesar das obras. Esta quase pronto um trecho dela que liga nada a lugar nenhum. Apesar disso, parece que o espaço desse trecho ficou melhor, sem estreitamentos.

    Daqui a pouco ta valendo fazer uma manifestação ao grupo Zaffari por não tocar a obra no trecho de 2.7km que falta para interligar ela toda.

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