Mais de R$3 milhões para abrir nova rua aos carros no Centro de Porto Alegre.

16 de fevereiro 087Os pedestres irão perder mais um espaço no centro de Porto Alegre. A Prefeitura Municipal anunciou nesta sexta-feira, 21 de novembro, o reinício das obras que abrirão a Rua José Montaury, no Centro Histórico de Porto Alegre, para a circulação de automóveis particulares.

A nova rua, que também terá espaço para estacionamento paralelo, possui cerca de 100 metros de extensão e custará ao todo R$3,3 milhões. Essa verba é suficiente para fazer pelo menos 8,5km de ciclovias, utilizando o valor referência da EPTC de R$400 mil por quilômetro. Se a ciclovia não tivesse a pintura vermelha, cujo valor aproximado é de R$160 mil por quilômetro, seria possível construir pelo menos 13,75 quilômetros de ciclovia, mais de 50% da malha cicloviária existente até o momento.

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17 respostas para Mais de R$3 milhões para abrir nova rua aos carros no Centro de Porto Alegre.

  1. phrayres disse:

    Tranquilo, pago pelo IPVA dos condutores de sofás móveis. Não, espera… IPVA é imposto, e imposto não tem vinculação específica. Ops!

    Um minuto para voltarmos às aulinhas (ou irmos, já que nunca fomos, nossa escolinha não ensina isso):

    “Na teoria, os recursos arrecadados pelo Estado por meio dos impostos deveriam ser revertidos para o bem comum, para investimentos e custeio de bens públicos, como saúde, educação ou segurança pública. No entanto, na prática, como o imposto não está vinculado ao destino das verbas, ao contrário de taxas e contribuições, pagá-lo não dá garantia de retorno. No caso do imposto sobre propriedade de veículos, o IPVA, por exemplo, o pagamento não implica que o dinheiro será efetivamente revertido para melhoria das rodovias.” (http://www.financaspraticas.com.br/pessoais/orcamento/tributos/)

    Hum, então a sociedade inteira está custeando 100 metros de rua que levam do nada para lugar nenhum. Opa, encontrei um padrão aqui: as ciclovias são feitas no mesmo estilo. Tá certo.

    Isso é tão absurdo que somente um sério, seríssimo comprometimento com empreiteiras que financiaram a campanha explicaria. Só Deus sabe, mas Esse já se fechou em copas há muito tempo.

    • Pablo disse:

      Todo o imposto da gasolina não paga n os custos dos acidentes. Recentemente saiu uma pesquisa que as doenças devido a poluição, que provém dos automóveis principalmente, custam 4 vezes mais que os acidentes.

    • heltonbiker disse:

      Como o próprio nome diz: Imposto sobre PROPRIEDADE de Veículo Automotor. Ou seja, não é um imposto pelo fato do cara andar de carro, é simplesmente pelo fato de ele POSSUIR um carro.
      Ampliando um pouco o escopo, quando um motorista considera ter “mais” direito à rua do que um ciclista, porque “ele paga IPVA”, ele não deve se esquecer que os donos de Porsche, Ferrari e Land Rover teriam, pela mesma lógica, MUITO mais direito à rua (muito mais do que o dono de um carro “normal”), pois eles pagam um valor muito maior de imposto.
      Expandindo ainda mais o raciocínio, o imposto existe porque, de certa forma, se reconhece que a posse de veículo automotor é uma forma indireta de privilégio, que incorre em CUSTO para o coletivo, e portanto é taxada. Não representa um direito, algo a mais, e sim um dever, ou seja, algo “a menos” que precisa ser reposto à sociedade para se retornar ao zero.
      É o mesmo quando dizem “Tu não tem carteira de habilitação, eu tenho”, como se isso significasse mais direitos. Carteira não é prêmio, é licença. Dirigir é algo problemático, que causa perigo e custo social. Tanto que só quem tem CNH possui a PERMISSÃO para dirigir. E é uma permissão, cheia de regras, ao invés de um salvo-conduto, uma “carta-branca” pra sair por aí cheio de direitos como alguns querem ou fazem parecer.

  2. Pablo disse:

    Isso vai beneficiar quantas pessoas em um ano? Umas 40 ou 50 no máximo.

    • Concordo com o Pablo, quantos vão se beneficiar?
      Mas penso que ciclovias tem o mesmo efeito, beneficiar minorias, enquanto as verdadeiras soluções são deixadas de lado, por que são mais difíceis de serem realizadas, e porque demagogia sobre pedais garante boa publicidade.
      Quanto dinheiro é investido para o benefício de poucos? Enxergo uma perspectiva um tanto pequeno-burguesa nessa solução… Seria interessante observar hordas pedalando no escuro, na chuva e no frio, em direção à Restinga ou chegando pela 116…
      Preferia ver o dinheiro aplicado em prioridades mais óbvias, então.

      Me locomovi de bicicleta pelas ruas de Porto Alegre (e de Floripa também) durante muitos anos no passado. Nos anos 2000, isso já era risco de vida… Tudo muda.
      ( Ainda mais para os não habilitados ciclistas. Ter “direito” de usar a rua é uma coisa, ter habilitação é outra e é necessária, SIM. Se com habilitações já é ruim, imagine sem… )

      Ciclovia, em Porto Alegre, não é solução coletiva (a menos que a sua “coletividade” seja privilegiada). É um paliativo, e paliativo sempre sai caro – mas é ótimo para distrair, tirar do foco.
      Culpar quem precisa dirigir ou se locomover com veículos à combustão também não resolve nada. Tire o sofá da sala, cortem as cabeças! Ou mudem-se para a Holanda.

      As soluções para este problema são bem mais profundas, passam por vários pontos que vão bem além dessa discussão.
      infelizmente, a Porto Alegre que já foi uma cidade linda é uma São Paulo só com os problemas e sem vantagens, um Porto Triste.

  3. Ermindo disse:

    Tem 10 mil carros estocados na GM, froxa Helton, queremos carros. Muitos carros.

    • quanto mais carros, mais engarrafamento, então os 100m de rua será para acomodar um pouco dos carros “estocados” em Nova Santa Rita ao relento.

      lembrando, quanto mais carros nas mesmas ruas, mais trancados eles ficam e quem anda de bicicleta, vai continuar livre.

      por isso eu pedalo.

  4. Luiz Felipe disse:

    Óbvio que prevê estacionamento para DEUSES!
    Enquanto isso, diariamente tenho que chamar os “postes” da EPTC para multarem que estaciona na rampa de cadeirantes atrás do Chalé.
    E agora mais essa: estacionamento liberado!
    Sai azar, parece que todas as políticas públicas de Porto Triste vão contra tudo que caracterizaria a cidade como mais humana!

  5. Adeli Sell disse:

    É um erro incrível. ALI além de melhorar o calçadão, poderia ser trabalhado todo o espaço no entorno como a Secretaria de Mobilidade Urbana fez em Novo Iorque, uso para sentar, para falar, ´para vivenciar mais e melhor nossa capital.

  6. ANA BEATRIZ FLOR SANTAGADA disse:

    Como sempre, Adeli, vc está certo!!!!
    .

  7. Diego Polese disse:

    Tem gaúcho que não sabe honrar as bombachas que veste, se é que um dia já vestiu alguma…caso do nosso atual prefeito. Sou gaúcho, e me sinto honrado por ter nascido aqui, com nossos costumes e tradições, mas às vezes me sinto envergonhado por estas coisas.

  8. Lucas disse:

    3,3 milhões por 100m de rua? 400 mil por quilômetro de ciclovia? Não vou nem comentar…

  9. Pingback: Ruas para pedestres | Caos Planejado

  10. sobre a José Montaury, a pequena rua onde querem, e vão, permitir a passagem de carros nela, tem uma bela arquitetura e nenhum atrativo para um cidadão pedestre parar ali um tempo para conversar e apreciar.

    Lamentável que agora irão tirar um dos poucos espaços exclusivos aos pedestres.

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