A mutilação do plano cicloviário

Durante a audiência boicotada pelo executivo de Porto Alegre, Beto Flach fez uma breve apresentação de como o Plano Diretor Cicloviário (PDCI) vem sendo descumprido e como estão tentando multilá-lo.

Segue o apelo para que a proposta seja rejeitada (conteúdo reformatado para a web):

Art. 17 (PDCI) – Quando localizadas na via de tráfego de veículos motorizados, as ciclofaixas serão:

  1. Sempre Unidirecionais
  2. Implantadas no mesmo sentido de tráfego dos demais veículos;
  3. Implantadas preferencialmente junto ao passeio, podendo também ser implantadas entre a faixa de tráfego dos demais veículos e o estacionamento, a critério do Executivo Municipal, quando as características da via e do tráfego possibilitarem ou indicarem tal solução;
  4. Implantadas preferencialmente na faixa à direita do fluxo dos demais veículos, podendo também ser implantadas na faixa da esquerda, a critério do Executivo Municipal, quando as características da via e do tráfego possibilitarem ou indicarem tal solução, sendo vedada a implantação à esquerda do fluxo de veículos em vias arteriais.

Mas na rua José do Patrocínio foi criada uma ciclofaixa bidirecional na faixa de veículos.

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Na av. Juscelino Kubitschek de Oliveira, uma via arterial de 2º nível:

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Art. 19 (PDCI) – Todos os projetos de construção ou expansão das vias públicas integrantes da Rede Cicloviária Estrutural deverão incluir a implantação do sistema cicloviário previsto, com toda a sinalização horizontal, vertical e semafórica necessária.

Como ficam as trincheiras da rua Anita Garibaldi e av. Cristóvão Colombo?

Art. 10 (PDCI) – São características da Rede Cicloviária rotas diretas, sem desvios e que proporcionam maior velocidade de deslocamento, menor gasto de energia e maior segurança, sem causar conflito com
os diferentes modais.

Na av. Ipiranga, foi implementada uma ciclovia com seis mudanças de lado, semáforos que privilegiam o fluxo de automóveis, conflitos com pedestres nas pontes, obstáculos diversos, entre outros.

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Ainda na av. Ipiranga:

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Mas o que o plano cicloviário diz sobre a largura das pistas?

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Mas mais uma vez na Av. Ipiranga…

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O debatido projeto de lei 10/2013 do Executivo revoga o inciso 2º do artigo 32 da lei 626/2009 (PDCI), que define a aplicação de no mínimo 20% do valor das multas arrecadadas com infrações de trânsito em infraestrutura cicloviária e campanhas educativas.

Tribunal de Justiça

Acórdão final sobre o pedido de inconstitucionalidade:

A previsão de destinação anual de percentual mínimo dos valores arrecadados com multas de trânsito para construção de ciclovias e aplicação em programas educativos descritos no § 1.º não ocasiona aumento de despesas, tendo em vista que são outros os dispositivos que impõem à municipalidade a obrigação de incluir em todos os projetos de construção ou expansão das vias públicas integrantes da Rede Cicloviária Estrutural a implantação do sistema cicloviário previsto, com toda a sinalização horizontal, vertical e semafórica necessária, e de desenvolver programas educativos – artigos 19 e 32, §1.º, da referida lei complementar.

Não mutilem o Plano Cicloviário de Porto Alegre!

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9 respostas para A mutilação do plano cicloviário

  1. Pablo disse:

    Quando eu me lembro desses “personalidades” andando de bicicleta e pedindo voto e vejo o que é que estão fazendo pelas ciclovias fico pensando. Será que não sentem um pingo de vergonha na cara?

  2. Augusto disse:

    Qual seria a solução mais apropriada no caso da José do Patrocínio? Ciclofaixas unidirecionais na José do Patrocínio e na Lima e Silva?

  3. Arthur Victoria Silva disse:

    Comecei a ir trabalhar de bicicleta. Saio da Protásio esq. Antônio de Carvalho, cruzo toda a Antônio de Carvalho, toda a Ipiranga até a Borges e depois, desta até a Andrade Neves. Pela Ipiranga, vou sempre pelo canteiro do Arroio Dilúvio, Minha pergunta é: Existe algum plano para uma ciclovia por toda a Ipiranga visto que atualmente vai somente da Silva só até a Beira Rio?

  4. lobodopampa disse:

    Excelente resumo das “infrações de trânsito” mais importantes perpetradas pela adm Fortunati.

    Boa referência para esclarecer os concidadãos e para iniciar conversas.

  5. Pingback: Ciclovias de POA, um exemplo para o mundo? | Vá de Bici

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