A crise no transporte em Porto Alegre

Acho que o que ficou claro neste movimento das passagens é que a mobilidade urbana é um calcanhar de Aquiles para a prefeitura.

O que eu entendo é que é obvio que as obras que estão planejadas não vão resolver os problemas de tráfego de Porto Alegre.

http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201303182030_ABR_82086042

http://360graus.terra.com.br/biking/default.asp?did=34974&action=news

As obras não vão dar resultado.
A mobilidade vai seguir ruim e a frustração será grande.

A própria área técnica da prefeitura sabe que a solução não é por aí:
http://noticias.terra.com.br/brasil/cidades/eptc-malha-viaria-de-porto-alegre-esta-esgotada-e-bicicleta-e-alternativa,45cbe7948c1da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html

Os projetos de BRT em Porto Alegre são deficientes, todos os técnicos entrevistados dizem isto.
Quem de sã consciência acredita que os problemas de trânsito vão ser resolvidos ou melhorar com as obras que estão sendo feitas?

Vejam aqui sobre os BRT, atenção aos comentários:
“Rogério Maestri – 21/04/2012 – 23h12
Cara Clarisse O secretário da mobilidade urbana anuncia que os BRTs salvarão o transporte coletivo em Porto Alegre, e não acredito, NEM A ESTUDO DE DEMANDA FOI FEITO. Nunca vi tamanho despropósito como este. Numa obra viária a última coisa que está sendo executada é o estudo da DEMANDA. Isto é uma VERDADEIRA PIADA, qualquer obra de engenharia, até um banheiro público numa praça, começa com o estudo de demanda, para posteriormente dimensionar o resto. Agora imaginem se uma das conclusões deste estudo seja que as pistas de rolamento deverão ser em faixa dupla. O que se faz? Contrata-se tudo de novo. Estão vendendo uma fantasias ao povo de Porto Alegre, e mais uma vez a nossa imprensa cai nesta propaganda de baixo nível. Sem saber a demanda, sem saber o tamanho dos ônibus, sem saber a forma das paradas, ou seja sem saber nada, começam falar até do aumento da velocidade média dos ônibus. Estão falando sem ter nada de concreto, dizem simplesmente que vão colocar uns ônibus bem grandões no corredor (nem o tamanho certo dos ônibus sabem) e aí eles vão andar mais depressa. Olha da maneira que está sendo dito até parece conversa de dois meninos de dez anos de idade, “vou colocar um onibuzão e vummm, ele vai bem depressa”. Pelo descrito, não está nada definido, estão deixando para 2013 em diante até 2017 as definições de tudo. Pior do que a falta de planejamento da prefeitura é só a falta de capacidade de crítica da imprensa riograndense.”
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=91490

Na conformação planejada os assim ditos BRTs de Porto Alegre só vão servir para aumentar o tempo com a baldeação.

Observem que em Porto Alegre houve décadas perdidas de ausência de investimentos em infraestrutura.
Pois o que está tentando fazer agora é recuperar estas décadas com atraso, editando-se projetos das décadas de 70 e 80.
Só que estes projetos atrasados não atendem mais as necessidades atuais da cidade, ficaram para trás no tempo e não são capazes de preparar a cidade para o futuro.
Insistindo nestas obras paliativas o resultado será o fracasso.

Vejam aqui que em outras cidades onde foram feitas estruturas pesadas hoje estão sendo removidas:
http://player.vimeo.com/video/11910299

Aliás!

Quem falou por aí que tarifa livre é coisa do mundo da lua tem um estudo aqui:
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2012/10/transporte-publico-qualidade-gratuito-brasil-mundo.html

Qual o problema do passe livre?
Não existe o SUS?
A escola pública não é gratuita?
A universidade federal é grátis.
Não existe metrô sem subsídio. ..
Quem anda de carro não está ganhando viadutos com verbas federais de impostos?
As ruas não são grátis para serem usadas pelos carros?

O estacionamento dos carros nos espaços públicos é gratuito para os motoristas.

Não entendo como os ônibus também não passam ser gratuitos e pagos com impostos.
 
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7 respostas para A crise no transporte em Porto Alegre

  1. heltonbiker disse:

    Caso haja interesse, é “relativamente fácil” fazer dois infográficos: um comparando a economia da passagem paga e do carrocentrismo, e a economia do passe livre às custas do “congelamento” da infra-estrutura para transporte individual motorizado; e outro comparando os padrões de uso do espaço público (densidade, velocidade e fluxo) do transporte motorizado individual versus coletivo. Se aparecer algum designer gráfico eu me disponho a fazer pesquisas e cálculos.

  2. Guarani Kaiowa Irônico disse:

    na tua opinião é óbvio?

  3. Pablo disse:

    O Fortunati disse que não vai recorrer da decisão de manter a passagem em 2,85.

    O COMTU também disse que não vai recorrer, que é apenas um órgão consultivo do prefeito (se esquivou)

    Os protestos eram pela redução da passagem, mas tinha muito cartaz e frases contra a RBS. Tanto que ela já cedeu.

    http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2013/04/o-que-o-tce-apura-no-preco-das-passagens-de-onibus-de-porto-alegre-4100193.html

    A máfia da ATP já está isolada! É só seguir com a pressão que ela cai!

  4. Pedro disse:

    Sobre a questão do passe livre, não acho que o problema seja econômico, pois acredito sim (com várias ressalvas) na possibilidade de que os custos com o transporte público sejam bancados por impostos. Mas o problema é de infra-estrutura, o transporte público em Porto Alegre já está totalmente saturado em horários de pico, ônibus muito além da lotação permitida, e isso já considerando o preço alto da passagem de ônibus atualmente em relação à renda média do povo brasileiro, imagina se fosse de graça, não haveria possibilidade de atender à demanda. Um bom exemplo disso é ver como ficam os ônibus em dia de passe livre, que acontece uma vez por mês.

    No próprio estudo que foi publicado na matéria (http://www.pragmatismopolitico.com.br/2012/10/transporte-publico-qualidade-gratuito-brasil-mundo.html) é afirmado que passe livre é inviável para grandes metrópoles: “Nas metrópoles, por exemplo, os sistemas de transportes já são tão lotados que qualquer ideia nesse sentido teria de ser precedida por um aumento massivo na oferta de ônibus e transporte sobre trilhos. É mais provável, no entanto, que seja um conceito inaplicável em grandes cidades (…)”

    Acho que em Porto Alegre é totalmente inviável no contexto atual da situação, talvez se num futuro conseguíssemos resolver todos os nossos problemas de transporte público tornando-o um modelo para o Brasil, ou até para o mundo, a questão do passe livre possa ser discutida.

  5. Guilherme disse:

    O passe livre em Porto Alegre, hoje, acontece somente em dias de vacinação, eleições e ALGUNS feriados. Antes (acho que até 2004, se não me engano) eram QUASE TODOS os feriados, e nos meses que não tinha feriado, era no último domingo do mês. Esse já foi tarde!
    Concordo que passe livre é superlotação, baderna, shoppings tendo que reforçar a segurança.

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